Os setores da construção civil, por natureza são responsáveis por parte dos impactos ambientais. Contudo, devido às preocupações relacionadas com mudanças climáticas e recursos naturais que são finitos, à construção sustentável se torna a melhor maneira de reduzir os prejuízos ao meio ambiente.
Características de uma construção sustentável
O consumidor vem descobrindo que uma construção sustentável pode trazer grandes benefícios para ele, neste caso economia e contribuição com o meio ambiente.
Atentas a essa economia e algumas demandas por partes dos consumidores, incorporadoras passaram a enxergar esse tipo de construção de uma maneira diferente. Retratando essa necessidade, estão construindo apartamentos e escritórios com características sustentáveis.
Basicamente todos saem ganhando, as incorporadoras ganham, os consumidores também e de quebra o melhor de tudo, o nosso planeta agradece o cuidado.
Com todas essas características, tem uma pergunta que não quer se calar “Como saber se um prédio vai ser mesmo sustentável?”. O consumidor consciente vai procurar saber se a empresa tem comprometimento com esse tipo de construção e se aquele empreendimento tem selo verde, concedido por uma instituição séria e respeitada.
Levando em consideração todos esses aspectos, listamos 5 características que são fundamentais em um modelo de construção sustentável, confira!
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1. Planejamento sustentável
De acordo com IDHEA ( Instituto para o Desenvolvimento da Edificação Ecológica), basicamente essa é a parte mais importante em uma Construção Sustentável, pois a partir do mesmo será decidido todas as intervenções que poderá integrar a obra ao meio ambiente, engloba:
- Inicio: Tomada de deciões, contratação de funcionários, etc;
- Uma breve análise sobre o ciclo e de vida e também implantação de uma edificação;
- Todos os elementos de um projeto arquitetônico;
- Projetos;
- Projetos Complementares: hidráulicos e elétricos;
- Paisagismo sustentável;
- Gestão da Obras;
- Gestão dos recursos financeiros.
2. Reaproveitamento de energia natural
As fontes de energias naturais, são matérias-primas que direta ou indiretamente geram energia para o movimento de máquinas, carvão, água, luz solar, são exemplos de fontes naturais de energia, contudo, como são encontradas diretamente da natureza, essas matérias-primas precisam passar por transformações antes de gerar energia.
As fontes de energia podem ser classificadas em dois grupos, energias renováveis e não renováveis:
- Energias Renováveis: são aquelas que se regeneram espontaneamente ou através da intervenção humana, são consideradas limpas pois os resíduos deixados na natureza são nulos.
- Energias não Renováveis: também são encontradas na natureza, no entanto são limitadas, além de deixarem resíduos que são prejudiciais ao meio ambiente.
Exemplos de Energias Renováveis
- Energia Hidrelétrica: vem da força das águas dos rios, para melhor aproveitá-las as mesmas são represadas em barragens, dessa forma a força da queda d’água faz girar as turbinas, com isso o movimento é convertido em eletricidade.
- Energia Solar: neste caso utiliza-se a luz solar como matéria-prima, sendo captada por painéis especiais conhecidos como fotovoltaicos e depois sendo direcionada como energia para o usuário.
- Energia Eólica: é derivada da força do vento e para captá-la são necessários aerogeradores, que são lembrados como grande moinhos, mais são turbinas capazes de converter a energia cinética dos ventos em energia elétrica. Basicamente o vento move as pás do aerogerador, que possuem no interior máquinas que transformaram essa força em energia.
- Energia Biomassa: procede materiais orgânicos, como cana de açúcar, serragem, capim e estrume de animal. Uma vez tratados esses materiais fornecem energia que podem mover turbinas e depois transformá-las em energias renováveis.
- Energia Geotérmica: provém do calor do interior da terra produzido pelo magma, sendo que em algumas regiões essas camadas não são profundas, permitindo a captação dessa energia através de usinas geotérmicas.
Exemplos de Energias não Renováveis
Energias não renováveis, são aquelas que depois de serem esgotadas não podem mais serem regeneradas, pois é necessário muito tempo para sua formação na natureza.
Desde da Revolução Industrial é a principal fonte de energia, são elas consideradas poluentes pois sua utilização causam danos para o meio ambiente.
Veja alguns exemplos desse tipo de energia:
- Petróleo e Gás natural: são eles extraídos do subsolo (continente e oceano), depois são transformados nas refinarias em gasolina, óleo diesel, querosene, etc. Sendo transformados em energia, serão utilizados na movimentação de automóveis, utensílios domésticos e máquinas industriais.
- Carvão Mineral: sendo ele transformado em coque um produto utilizado para aquecer altos fornos das siderurgia e indústrias.
- Energia Nuclear: obtida através de elementos químicos, como urânio. Sua transformação em energia é produzida de maneira controlada em usina nucleares com reatores especiais.
3. Eficiência energética
Já parou para pensar de onde vem nossa energia elétrica? Grande parte da energia no Brasil ainda vem de hidrelétricas, como citado acima são fornecidas através da forças das águas.
Porém com tantas mudanças climáticas e a redução das chuvas, também é necessário utilizar energia de usinas térmicas fósseis, neste caso custam mais caros e trazem grandes problemas para a saúde e o bolso de todos.
Na indústria, onde o consumo de energia é muito intenso, é preciso que utilize equipamentos mais modernos, com certificação e que consuma menos.
A arquitetura é uma parte fundamental quando se trata de eficiência energética, construções que visam aproveitar a luminosidade e ventilação natural, torna os ambientes mais confortáveis e reduzem a necessidade de ar-condicionados e lâmpadas.
O conceito de construção sustentável, está bem alinhado na construção civil, com planos estratégicos que visam melhorar o desempenho nas obras, mais com um consumo de energia menor.
Esse conceito não está atrelado apenas no canteiro de obras, mais também em soluções na entrega do empreendimento, neste caso as com alternativas que possibilitam, reduzir o consumo de energia e água.
4. Gestão de Água
Quando falamos de construções sustentáveis não podemos deixar passar despercebido a gestão de água, levando em consideração toda água do planeta, apenas 2,5% corresponde a água doce. Dessa parcela grande parte está em geleiras, restando para consumo apenas 0,008%.
Boa quantidade está no Brasil, o país tem a maior reserva mundial, mesmo assim ele enfrenta desafios na distribuição igualitária dessas reservas.
A destinação do uso mundial da água é um fator muito importante, apenas 8% do consumo é para uso residêncial, 22% para industrias e 70% para agropecuária.
Não bastando tudo isso a perda no processo de abastecimento das cidades é de 45%, ou seja quase a metade da água se perde no meio caminho.
É ai que à construção civil tem um papel fundamental, utilizando-se alternativas que tem como prioridade o aproveitamento de água da chuva.
Essa prática está relacionada a duas grandes preocupações ambientais, redução do consumo de água potável e também uma solução contra as enchentes que vem atrapalhando muito nossas cidades.
A água armazenada das chuvas poderá ser utilizada, para lavar o quintal, na jardinagem, e outros meios semelhantes, se levado em consideração está relacionado a um grande desperdício.
5. Resíduos Sólidos
Já se perguntou qual maneira de deixar à obra mais barata? Já se deparou com pilhas e mais pilhas de resíduos e não sabia o que fazer? Ou até mesmo parou para pensar no aquecimento global, como reduzir esse impacto ao meio ambiente?
Pois bem, hoje à construção é um dos maiores responsáveis pela poluição em nosso planeta. O setor é responsável por 30 à 40% das emissões de CO2, é à indústria que mais gera resíduos.
Para colaborar com meio ambiente à gestão de resíduos é fundamental, entretanto, alguns aspectos devem ser levados em consideração para que a reciclagem seja feita da maneira correta.
Os resíduos não devem ser armazenados no mesmo recipiente, pois isso impossibilitará a futura reciclagem.
É preciso fazer a segregação, isto é, sua triagem e separação logo que terminada a produção.
Há leis que regem as classes RCD ( Resíduos de Construção e Demolição), que podem ser reciclados e reaproveitados, no entanto, para isto é necessários segregá-los ainda no canteiro de obra.
De acordo com a NBR 15000 os entulhos devem ser classificados da seguinte maneira:
- Classe A: Tijolos, blocos, cerâmicas, argamassa e concreto.
- Classe B: Plásticos, papel, papelão, metais, vidros e madeiras.
- Classe C: Todo resíduo que ainda não técnologia para sua reciclagem, pois ele acaba se tornando muito inviável.
- Classe D: Lata de tinta, solventes, óleos, pincéis e brochas, pedaços de telhas de amianto.
Como reaproveitar os resíduos?
Todos os resíduos de classe A podem ser triturados e aproveitados como areia e brita reciclados para serem reutilizados na construção.
Já papeis, papelão e metais podem ser doados para cooperativas de catadores, além de ajudá- los também eliminará grande parte dos resíduos.
O gesso dependendo de sua composição química pode ser reutilizado como corretivo de solo. Mais se ele estiver misturado com outro resíduos não serve para reciclagem.
Materiais como portas e janelas e telhas, se a desmontagem de alguma construção forem feitas de maneira corretas, os mesmos podem ser vendidos e reaproveitados por outras pessoas. Há também a possibilidade de restaurá-los para que sejam utilizados como peças de decoração ou algo do tipo.
Nessa hora devemos abusar da criatividade e do bom senso, pois com pequenas atitudes, podemos fazer a diferença!
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